Pedrinho revela 5 interessados em SAF do Vasco e detona 'guerra de narrativas': 'Torcedor não pode ser atingido com mentiras'
Em entrevista ao canal Fanático Vascaíno, o mandatário não entrou muito em detalhes de quem são os interessados - muito por conta da assinatura de NDA's (acordos de não-divulgação) -, mas disse que cinco interessados entraram em contato. Dois deles sem NDA assinado.
Pedrinho também negou que qualquer proposta oficial para a compra da SAF do clube carioca foi enviada. Assim como a venda dos 31% das ações que ainda pertencem à A-Cap, seguradora que cuida da 777 Partners, ao bilionário grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos, Nottingham Forest e Rio Ave.
O ex-jogador também detonou a "guerra de narrativas" entre investidores interessados na compra da SAF do Vasco, uma forma encontrada pelos mesmos para tomarem a dianteira das negociações. E pediu que o torcedor vascaíno não acredite em todas as informações veiculadas pela mídia, já que segundo ele se tratam de mentiras.
"Como a gente não pode especificar pela questão do NDA (acordo de não-divulgação), eu vou ser bem verdadeiro como eu sou. Têm três NDA's assinados, e mais dois interessados que não têm NDA. Esses três NDA's estão sob conhecimento porque são muitos números, muitos dados, o contrato era gigantesco, eles estão olhando tudo, têm que vasculhar tudo - e têm mesmo -, mas não teve nada, não tem nenhuma proposta financeira. Nenhuma. Ninguém falou 'a minha proposta é essa'. Porque isso que eu fiquei assustado quando falam 'a proposta de um é melhor, a do outro é melhor'. Para deixar claro, tem muita gente no mercado, existe também uma guerra de narrativa dos próprios investidores, que querem enfraquecer um, botar pressão no outro, quer jogar uma pressão para cima de mim. Tem toda essa luta do mercado. O que saiu em relação a um investidor 'um investidor X falou que vai pagar à vista (a dívida do Vasco). Mentira. Nenhum investidor falou que vai pagar nada à vista porque não chegamos nessa etapa com nenhum investidor, e nem sabemos se vai chegar com X, Y ou Z. Podem ver os números e dizer 'estou indo embora'", começou por dizer.
"Em nenhum momento foi colocada a questão do estádio com nenhum investidor, não está sendo discutido isso. Se qualquer investidor tiver interesse de, de repente, ter os naming rights (de São Januário), qualquer coisa que ajude o Vasco é discutível. O que eu peço é que qualquer divergência com a minha pessoa, beleza, não pode é o Vasco, o torcedor, ser atingido com informações mentirosas. Se eu tenho um NDA assinado, eu sei de tudo o que está acontecendo, eu tenho responsabilidade de não falar, como é que os caras falam 'um passarinho me falou, um jornalista bem conceituado disse isso'...isso é uma falta de responsabilidade com a torcida do Vasco. O que eu peço ao torcedor vascaíno é que ele não escute qualquer tipo de informação, que não acredite em qualquer tipo de informação, porque é mentira, não tem proposta nenhuma. E quando tiver qualquer coisa avançada, com qualquer investidor que eu puder falar sobre, eu serei o primeiro a falar sobre isso. Eu só falo com representantes dos investidores que têm a autorização para representá-los. Eu falo com quem tem autorização, de qualquer um. Não é uma negociação de brincadeira, é uma negociação de pessoas, de instituição e de empresas de alto nível, então ela não é discutida aqui embaixo, é discutida lá em cima. São mentiras de pessoas que não têm responsabilidade com o carinho que o torcedor do Vasco tem com a instituição, e isso que me chateia, se quiser me atingir, vem direto em mim, não use o torcedor do Vasco contando 'o investidor X fez uma proposta'. Aí parece que eu estou com uma proposta de milhões e estou recusando porque 'o Pedrinho gosta disso, gosta daquilo'. Mentira. Vocês podem ter certeza, torcedor, se tiver alguma coisa, eu sou o primeiro a querer fazer negócio e com muita responsabilidade", prosseguiu.
"É só ter boa vontade para querer raciocinar: como um investidor vai comprar 31% (da A-Cap), desconectado com os 39% que sobram para fazer os 70% (das ações da SAF). Os 39% eu vendo para outro investidor, o cara comprou 31% para ser minoritário? Não faz sentido. Se chegar uma proposta para a A-Cap, eu tenho que ser consultado e eu posso empatar ou cobrir, está no contrato. Ninguém vai comprar os 31% com a possibilidade de ser minoritário, é mais uma mentira. Nenhum investidor comprou os 31% da A-Cap."
Pedrinho também deixou claro que a sua intenção é pela venda da SAF do Vasco para um novo investidor e que não colocará como exigência para um possível novo dono seguir no controle do futebol do clube. E explicou que, aliado a isso, também realiza um processo de reestruturação financeira do Cruzmaltino para manter as contas em dia.
"Ao mesmo tempo que a gente tem conversas com investidores, eu preciso fazer uma reestruturação financeira do clube, através de uma mediação, que é uma Medida Cautelar Antecedente, que ela dá uma pausa, e com isso ganhamos muito mais respiro porque, obviamente, não tem mais dinheiro do RCE, não tem penhoras, isso gerou muita gasolina até para o início da próxima temporada. Ainda tem a questão das cotas de TV, premiação do Brasileiro, e isso nos dá uma garantia de, no mínimo, mais três meses. Paralelo a isso, a expectativa que a gente tem de encontrar um novo investidor nesse período. Se isso não acontecer, eu vou ter que reestruturar o Vasco da mesma forma. Que fique mais uma vez claro: não tem nenhum empecilho para que eu seja administrador do futebol para um novo investidor, zero, isso nunca vai ser pedido, condição zero, isso não existe. Paralelo à reestruturação financeira a gente busca o investidor. O que eu não posso é fica estacionado enquanto um possível investidor não chega e eu não conseguir honrar os meus compromissos. Por isso eu tenho que criar um mecanismo para pagar as contas. As duas coisas andam juntas, agora, o tempo disso é subjetivo. É um contrato (da SAF) complexo, uma situação complexa. Vai ser feito um novo contrato, obviamente o contrato vigente está sendo observado dentro da NDA, juntamente com todos os números de dívida, de tudo o que aconteceu, para o possível investidor entender qual é o cenário, e se tiver algum interesse iniciar uma negociação. São muitas linhas que a gente tem que organizar, e isso é difícil, acho que nenhum presidente na história passou por isso, mas estamos trabalhando firme para que a gente conduza para um caminho perfeito para o clube."